No período de 04 a 11 e de 14 a 18 de
junho de 2014, a equipe técnica da CPT, que desenvolve o projeto Geração de Renda
– patrocinado pela Petrobras –, esteve nas Comunidades São Domingos, Limãozinho
e Cedro desenvolvendo ações de implantação de uma unidade experimental de
agrofloresta, com o objetivo de viabilizar a produção diversificada. Esta
produção visa uma agricultura baseada na construção e compreensão de que os
componentes de um sistema devem interagir e o sistema é dinâmico. Desta forma,
torna-se mais fácil buscar soluções aos problemas de manejo visando à produção
e à sustentabilidade.
Na mesma ocasião, foi construído um viveiro
com o objetivo de produzir mudas frutíferas e nativas que irão atender demandas
da agrofloresta e da comunidade em geral. No kit do viveiro há também instalação
de placa solar, bomba e caixa d’água, com objetivo de facilitar a irrigação
desta unidade experimental. Também foi realizado o monitoramento dos poços e
telhados.
Em meio aos monitoramentos, os moradores
da Colônia foram questionados quanto à mudança do material de seus telhados
(que antes eram de folhas de palmeiras e agora são de Eternit) e sobre possuírem
uma fonte de água próxima de suas casas (poços
de manilhas). Se houve alguma mudança positiva para eles? A resposta foi
imediata: “Sim!”
“Agora
tá melhor. Não tem mais morcego nem outros bichos que gostam de fazer moradia
na palha. E não molha mais dentro de casa quando chove. O poço ajuda muito.
Água fácil, perto de casa e limpa. Só suja quando chove muito. Não tem mais a
dificuldade de só pegar água no corixo.”
D.
Jacinta, moradora e beneficiaria da Colônia São Domingos.
Poço utilizado pela familia para Novo poço... com melhoramento da água -
o consumo de água, antes. Implantado pelo Projeto Geração de Renda
Para as Comunidades do Pantanal.
Novo telhado. Substituição da palha por eternit.
Viveiro da Colõnia São Domingos
AÇÕES
PROMOVEM SUSTENTABILIADE LOCAL E USO RACIONAL DA ÁGUA
A equipe do projeto Geração de Renda esteve na Colônia São Domingos,
no período de 11 a 14 de julho, desenvolvendo ações com
diferentes temas: irrigação com uso
racionalizado da água, adubos orgânicos, defensivos naturais e bomba rosário.
Destaque para o uso da irrigação alternativa para agricultura familiar, que além de minimizar impactos na produção promove a
sustentabilidades do local, possibilita maior produção e produtividade, bem como promove geração de renda.
A técnica
alternativa aproveita materiais ociosos no ambiente local, como garrafas pet,
que podem ser usadas no processo de irrigação.
Essa técnica é muito simples, basta fazer um furo na tampa e outro no fundo da
garrafa e está pronto o sistema de irrigação por gotejamento. Porém, atenção ao
furar a garrafa, pois o que determina a vazão de água é o tamanho do furo na
garrafa pet. Essa técnica é indicada para frutíferas. Além de apresentar baixo
custo, apresenta baixo consumo de água.
EQUIPAMENTO SIMPLES GARANTE ACESSO FACILITADO À ÁGUA
A Bomba Rosário é
um equipamento feito artesanalmente para retirar água de poço. Este equipamento
pode ser confeccionado por qualquer pessoa, basta adquirir alguns materiais
para confecção da bomba entre eles: um aro de bicicleta, corda fina, borracha
de parafuso de Eternit, cano PVC de dois diâmetros 32 e 50 mm, ‘Tê’ 32, cola. Cerra-se
uma barra de ferro para ser adaptada no aro, 2 cotovelos de 50 mm, redução de
50 para 32 mm, 2m de tábua e 2 unidades de viga de 2 metros.
O processo de construção é simples: solda-se a base que irá ficar no fundo do poço, solde
dois cotovelos com um pedaço de cano de 50 m, coloca-se uma redução de 50 mm
para 32mm, soldam-se os cano de acordo com a profundidade do poço, coloque-o
preso a uma tábua. Solde Te 32mm, depois solde mais 30 cm acima do Te. Na outra
ponta, prenda o cano 50 mm na tábua, atentando-se para a regulagem do aro. Para
manter a corda que passa por meio dos canos sobre o aro, deve-se fazer um nó,
colocar uma borracha e Eternit e fazer outro nó prendendo a borracha, repita o
processo a cada 15 cm. Atenção para o tamanho da corda: o número de borracha é
de acordo com a profundidade do poço.
OFICINA INCENTIVA USO
DE ADUBOS ORGÂNICOS E DEFENSIVOS NATURAIS NO CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS EM
PLANTAS
A oficina de adubos orgânicos e defensivos naturais abordou o aproveitamento de produtos de origem animal
e vegetal, vantagens e desvantagens do sistema orgânico, com foco para a reciclagem que promove a melhoria
física química do solo.
Vale destacar que os adubos estão disponíveis na propriedade,
e podem ser utilizados para adubação das plantas, como a palhada e o esterco
bovino. Abordou-se o processo de compostagem, destacando
a decomposição de matéria orgânica que resulta em composto orgânico que quando
aplicado ao solo, tem a função de melhorar as características sem ocasionar
danos ao ambiente.
Existem varias técnicas que podem ser usadas no controle de pragas e doenças em plantas. Os defensivos naturais apresentam baixo custo e podem
ser produzidos no próprio domínio. Como exemplo, fabricamos o inseticida de
cebola e alho que serve para controlar pulgões e funciona como fungicida. Para bovinos
existem técnicas que funcionam como vermífugos e bernicidas. Utilizando 10 kg
sal, 150g alho e 300 g de enxofre, folhas de eucalipto ou erva doces, devem ser
misturados bem e colocados no cocho com a ração.